algures no espaço etéreo existe um templo de cristal, envolvido num azul aurora. quando viajo até ele, espera-me um anjo de grandes asas que se prolongam além da sua cabeça dourada. sorri-mo-nos, ao mesmo tempo que sinto a leveza das suas mãos. neste lugar reina a tranquilidade do cristal e do azul-amanhecer.
eu e o anjo caminhamos em direcção a umas escadas, com a serenidade de quem navega num rio de águas cristalinas, a contemplar um céu estrelado e a despedida da lua.
subimos as escadas ligados pelo coração. falamos baixinho, tão baixinho que só escutamos silêncio e compreensão. no topo, entre colunas magestosas, aguardam-nos figuras transparentes, visíveis aos olhos de quem ama. a luz revela-se quando despertamos para uma alegria desprendida. simplesmente, deixamo-nos ser.
estendo os braços para cada um desses seres e percebo que no momento em que nos entregamos a um abraço perdemos a noção do tempo e do espaço e rende-mo-nos à reunificação.
é por isso que, frequentemente, viajo até ao templo cristal e azul-amanhecer. tomo balanço num trampolim dourado, que descobri no meio de um campo de malmequeres. começo por brincar com a brisa, que me embala e depois me faz rodopiar no ar. quando tento alcançar os pássaros, o sol, as estrelas-meninas, é quando que me deixo levar até ao silêncio e à quietude.
eu sou mariatha
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