quinta-feira, 5 de maio de 2011

SONHAR COMO CRIANÇA, REALIZAR COMO ADULTO




Freud escreveu no início do século passado, que sonhar é peripécia de crianças e escritores. Diz o mestre, na fase adulta, ficamos divididos entre a suposta seriedade da realidade e o sabor gostoso da imaginação.

No caso, a primeira opção vence e vence por quê? Por vários motivos.

A começar pelo preconceito. Termos como “fulano vive no mundo da lua” ou “aquela não cresceu, vive a sonhar” são considerados pejorativos.

Outro motivo e, a meu ver o principal, é o medo. Medo de sonhar e não realizar, medo da frustração de não conseguir.

O que ocorre que o desejo, instrumento propulsor das realizações, nasce dos devaneios, dos pensamentos abstratos, logo, de natureza oposta a realidade. Ou seja, não realizamos nada se não desejamos nada e deixamos nos levar pela correnteza da vida que nos atola de afazeres.

Não devemos temer vivenciar devaneios tão somente, verificar, refletir se tais devaneios não têm nenhum contato com a realidade ou se são na verdade, algo tangível e consequentemente, projetos que nos lançarão adiante nos convocando a agir. 

Além do que, existe a possibilidade de que na busca de um sonho, encontrar outros caminhos e estes nos realizarem tão profundamente ou mais do que o caminho que procurávamos?

Mas esta oportunidade muitas vezes nos é tirada por nós mesmos.

Eu particularmente acredito que devemos sim sonhar como crianças e realizar como adultos.

Só para registro e reflexão.

Fecha o pano.

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Paz e Luz
Fernando Martins

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