por Marcos Spagnuolo Souza
O universo de alta entropia não possui espaço e tempo. Alta entropia é o campo da consciência macro denominada de Brahma ou Deus em Si. A consciência macrocósmica no seu processo de sintetização se transforma em atma ou alma e posteriormente em jivatma ou alma individualizada.
A menor manifestação de Deus é a jivatma ou alma individualizada, mas essa alma individualizada possui em seu interior toda a potencialidade de Deus em Si. Não existe diferença entre jivatma, atma e Brahma, pois tudo é Deus em Si, mas no processo de criação damos nomes diferentes para estágios decrescentes de complexidade.
Jivatma é um ponto de consciência divina que utiliza o nous, ou seja, um ponto de luz imaterial, acima da velocidade da luz para si manifestar.
O nous é a manifestação da alma individualizada no campo da alta entropia. O nous retém dentro de si a alma individualizada vivenciando um universo além da velocidade da luz.
A consciência macro que existe em alta entropia vai diminuindo a sua complexidade ou se reduzindo passando para baixa entropia.
Nesse processo chega-se ao ponto que denominamos ponto de singularidade, ou entropia nula, onde o nous que vivenciava uma vida acima da velocidade da luz passa para o campo da velocidade da luz dando origem as subpartículas materiais.
Acima da velocidade da luz não existe matéria, abaixo da velocidade da luz existe matéria. As subpartículas que passaram a existir possuem dentro de si a jivatma e no processo vivencial das subpartículas inicia a formação do espírito que vai acumulando todas as experiências associativas com outras partículas aumentando a complexidade conforme se unem dando origem no decorrer do espaço/tempo um espírito de alta complexidade no nível da baixa entropia, ou seja, no mundo material.
As estruturas espirituais a partir das subpartículas formaram estruturas de alta complexidade no decorrer do seu processo evolutivo, chegando a elaborar o corpo humano para se manifestar.
O feto durante o estágio intra-uterino é estruturado conforme a genética do pai e da mãe, e ao nascer incorpora um espírito que vai moldar toda a estrutura da criança ao seu próprio modelo.
O corpo humano material passa a ser a residência do espírito e esse espírito possui em sua estrutura todas as informações do seu processo evolutivo na matéria, ou seja, a matéria é o resultado da evolução estrutural do espírito.
Através do processo da regressão o espírito pode mergulha no seu inconsciente pessoal trazendo para o nível consciente suas vivências nos corpos unicelulares e mesmo suas vivências nas subpartículas atômicas.
No processo natural o espírito continua sua evolução para elaborar corpo material de alta complexidade com o objetivo de servir de útero para o nascimento dos devas ou anjos. Os devas ou anjos nascem no momento em que ocorre a sincronicidade entre o espírito e jivatma.
O deva é o terceiro incluso ou terceiro núcleo, filho do ser humano com Deus e possui a missão de elaborar uma nova terra, pois é o receptor do conhecimento do jivatma.
Observamos que a partir do nascimento de uma criança e consequentemente a incorporação de um espírito específico a criança passa a ser educada por uma cultura que nega o processo natural e instaura um processo virtual dando origem ao ego que representa os valores da sociedade, controlando o corpo humano para servir uma estrutura de poder.
O corpo humano sob a influência do ego está sempre sujeito a quatro tipos de defeitos: sua mente e intelecto têm a forte tendência de se iludir, seu comportamento está sempre manchado de erros, seus sentidos de percepção são defeituosos e limitados e, para satisfazer seus interesses pessoais, ela é capaz de enganar as outras pessoas.
No corpo humano passa a ser um campo de batalha entre o espírito que deseja cumprir o seu papel ditado pela lei natural e o ego que é o reflexo do sistema produtivo. Diante do exposto dentro do corpo humano existem o espírito, o ego e a alma individual ou jivatma. O ego vive a vida apenas para os valores sociais e o espírito vive para fazer do corpo um lugar onde seja possível ocorrer a sincronicidade com o jivatma, gerando o deva, assim sendo, o corpo humano passou a ser um campo de batalha entre espírito e ego.
No primeiro capítulo do Bhagavad-Gita o corpo humano é denominado de Kuruksetra, representando o campo de batalha entre o bem e o mal. Em kuruksetra os exércitos dos Pândavas (espírito) enfrentam o exército do rei cego Dhrtarastra (ego) e Krishna (jivatma) está ao lado dos Pândavas.
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