domingo, 20 de novembro de 2011

Da Lagarta à Borboleta





As borboletas apresentam metamorfose completa, o que significa que durante o seu desenvolvimento vão sofrendo mudanças na forma e na estrutura do corpo. O ciclo de vida das borboletas ocorre ao longo de 4 fases: ovo, lagarta, crisálida e adulto. Quanto à sua duração varia de espécie para espécie. Por exemplo, a borboleta Monarca apresenta múltiplas gerações ao longo do ano, completando o seu ciclo de vida em menos de um mês. Já a borboleta Carnaval pode passar mais de um ano na forma de crisálida, emergindo apenas no ano seguinte caso as condições ambientais sejam favoráveis. Um outro exemplo curioso é o da Borboleta-do-medronheiro, que passa os longos e frios meses de Inverno a hibernar na forma de lagarta, voltando a alimentar-se apenas quando chegam os dias mais quentes.
Não, não vos venho falar das transformações do mundo animal..Mas sim das transformações do nosso ser interior.

Trocar, mudar, transformar, abandonar a zona de conforto, desapegar do passado, de velhas crenças, adoptar novos paradigmas. Essa é a tarefa dos tempos actuais para quem trabalha na Luz. A mudança geralmente assusta, motivo pelo qual nos agarramos ao material e ao que supostamente nos dá segurança.

Esqueça! Nos tempos que correm não sobrará pedra sobre pedra. A energia mudará tanto, mas tanto, que cada um de nós terá a sensação de ter morrido simbolicamente e renascido de outra forma. Ser Lagarta ou Borboleta? A escolha é sua.
Por que será que mudar, de modo geral, costuma apavorar-nos? Mudar de casa, de emprego, de amigos, de cidade, mesmo quando é para melhor, ainda assim, nos assusta.
E é sobre a óptica da metamorfose da mudança da lagarta a borboleta que reflectimos hoje. Se pensarmos no comportamento humano nos seus diferentes ciclos de relacionamentos, rapidamente chegaremos à conclusão de que existem comprortamentos padronizados e enraizados e que se repetem e repetem. Nada que sirva a nosso bem mais elevado. Vejamos:

Há seres que não se conseguem ver enquanto borboletas e lutam contra tudo e contra todos para viver eternamente no estado da lagarta.
Há seres que até se imaginam no futuro como borboleta, mas, com tanto medo do desconhecido, não conseguem abrir mão dos padrões e comportamentos de lagarta.
Há seres que já são borboletas, mas sentes, pensam e agem como lagartas, encolhendo as asas e rastejando como se não pudessem voar.
Há seres, que depois de se transformarem em borboleta, esquecem a sua origem e se sentem superior às lagartas.

Há seres borboleteando pela primeira vez e que se espantam de forma tal que choraram de emoção ou riem à gargalhada até não aguentar mais quando se deparam com coisas tão simples quanto uma gota de orvalho numa folha pela manhã, duas pessoas a abraçarem-se, um copo de água fresca num dia quente de verão, olhar desamparado de mendigo, uma formiga a carregar uma folha dez vezes maior do que ela, acordar sem despertador, pôr-do-sol à beira mar, raios e trovoadas sem chuva, arco-íris, como se soubessem claramente a sua essência de borboleta. E sabem...
Qualquer que seja o seu momento, você é, ao mesmo tempo, lagarta e borboleta. Você pode ou não ter consciência disso, o que não muda em nada o facto de que nossa natureza é a mudança. Basta observar a si mesmo e à sua volta. Os seus cabelos crescem, as suas unhas crescem, sua pele envelhece, os alimentos e a água que ingere transformam-se dentro do seu corpo que não para de se transformar um único segundo. Tudo a sua volta muda a cada momento. Lutar contra isso não ajuda em nada. Pelo contrário, ir contra a mará é sempre uma tarefa dura, dolorosa e inglória. A água segue sempre o seu fluxo, contornando com facilidade os obstáculos que encontra pelo caminho ou perfurando-os paciente e insistentemente ao longo do tempo.

Portanto, da próxima vez que você se sentir ameaçado ou ameaçada por alguma mudança na sua vida e ficar com aquela vontade de fugir rapidamente de volta para o seu casulo, pare, pense, conecte-se com o seu coração e seus sentimentos mais profundos e lembre-se do prazer que é voar na confiança. No fluir e olhar o mundo sob outro ponto de vista, na companhia de um sem número de borboletas, sejam elas promessa, presença ou história.
E as pessoas que me inspiram a voar estão por aí borboleteando...
Obrigada a todos aqueles que passam pela minha vida deixando um pouquinho de vós.
Obrigada a todos os meus guias, aos mestres ascencionados e assistentes crísticos, anjos e arcanjos, deuses e deusas que me guiam no caminho de ascensão até à Luz.

Amo-vos muito,
Filomena Silva

Sem comentários: