É o reflexo da obra perfeita, é sua imagem e semelhança, nascido da separação, no tempo antes do tempo do esquecimento.
Sua existência continuará, e será tão eterna como a Criação, pois nessa melodia viva, o espírito é um semitono, que pode completar, com outros, um acorde inteiro, feito de notas inteiras, definidas, perfeitas, acabadas, (nós) como a obra do artista que as criou, como a memoria de uma das criadoras a idealizou, como o determinou a Força da Vida.
O espírito nos proporciona uma melhor visão do Todo, pois podemos afastar-nos de nós mesmos e contemplar-nos através dele, para ver se nossa obra está apta a fazer parte da sinfonia, ou se é necessário uma revisão do acorde no qual estamos inseridos, de forma que melhoremos a melodia, a completemos, ou entremos em cena um pouco mais adiante.
O espírito, somente vive através da melodia, sem ela, ele não tem propósito de ser, no entanto nós, somos a melodía, ainda que não soe em perfeita harmonia, mas dependemos das imagens que ele nos envia de nós mesmos, para corrigir nosso tono de vibração, harmonizando-nos em acordes específicos, para que a música da Vida chegue aos confins do Universo, perfeita, como foi idealizada desde o começo.
Ele, o espírito, é nossa visão, nossa terceira visão, ou o terceiro olho, Adjna, a visão interna, o olhar através do espelho do tempo, e por isso pode dar-nos acesso a nossas memorias, a tudo o que já fizemos ou vivemos, pode mostrar-nos todos os acordes dos quais fizéramos parte e de que forma o fizemos.
Sendo assim, sua ajuda é inestimável para nós, na medida, em que aceitemos que é uma conexão com o Todo, mas que não é o Todo; e jamais deve ser confundido com a alma, com as memorias, porque ele é a conexão entre elas e nós, entre nós e a melodía.
Também não devemos confundi-lo com Akasha, o Espírito dos espíritos, porque ele é a Causa Inefável, que já existia antes mesmo de que as mulheres deixaram suas pegadas sobre a terra árida.
Akasha, guarda as memorias arcaicas, mais antigas que os tempos povoados somente por seres femininos; Akasha é o Espírito a-temporal, que vive nelas desde sempre, para todo o sempre, pelos séculos dos séculos, Amém.
Ele é a Ânfora da Vida, e a Água matricial, á qual elas devem a sua origem; é o Espelho de Águas, no qual todos podem beber, olhar-se e saciar a sua sede de sabedoria e conhecimento; quando isso acontece, o espírito de nossa terceira visão, desaparece, para dar lugar a um lago cósmico, maior que o próprio abismo Universal, onde os espíritos se despedaçarão, antes da reintegração final.
Esse abismo foi forjado pela separação do Céu e a Terra, pela separação do Homem e a Mulher; dali foi tomado o material com o que se fizeram os espíritos, e deles deve novamente encher-se, para que todos possamos atravessá-lo, em direção á Akasha.
Esse material é a Historia da humanidade, desde antes que fosse criada, desde o tempo anterior a existência feminina.
Por isso em cada espírito está escrita, descrita, contada e desenhada um pedaço dessa Historia, por isso cada espelho reflete uma parte dessa Historia, por isso cada um de nós é um pedaço de Historia Viva, vívida, e vivida, mas que somente pode ser lida, absorvida através do espelho espiritual, com o que cada um de nós está em íntima conexão.
Esta é uma fábula de grande beleza e poder, a mesma Beleza e o mesmo Poder, com os quais um dia as mulheres transformaram esta terra árida, num mundo em evolução.
Uma fábula que criou uma Tradição, que estende-se alem das nevoas do tempo.
Uma Tradição que está sendo contada desde então, de boca em boca, de ouvido em ouvido, e que agora será lida por todos, para que ninguém fique sem saber, para que ninguém fique sem compreender.
Isto é possível, porque alguém atreveu-se a criar novamente e ainda assim por primeira vez, desde a Criação Primeira, uma ponte sobre o abismo dos espelhos; uma ponte feita das Luzes e as Sombras das memorias aprendidas do próprio espírito, sem criar a necessidade de despedaçá-lo no abismo; liberando-o desta forma para que possa servir de conexão a outros que queiram escutar as suas historias, para que novas pontes sejam criadas e todos possam evoluir da mesma forma em direção a Akasha, como uma unidade de consciência livre.
Quando não ouvimos os espíritos, quando não escutamos a parte da Historia que tem para contar-nos, ele nos abandona e forma seres híbridos, não criadores nem dadores de vida, (Homossexuais) para habitar, numa tentativa de perpetuar a si mesmo, buscando a fusão da Luz e do Amor, num só veículo físico, que contenha a sensibilidade necessária, para abarcar suas historias, e poder completar assim seu propósito inicial, mas não final.
Este propósito inicial é refletir a sabedoria que adquirimos, e levar-nos a compreender a relação da Historia Primordial com o momento que estamos vivendo; e seu objetivo final é revelar-se como espelho espiritual, abrindo o caminho que nos conduzirá finalmente a Akasha, na dança cósmica de la reintegração.
Se o compreendemos, e o aceitamos tal como é, nosso sendeiro se abrirá de par em par, deixando passar a Luz e o Amor, permitindo a nossa verdadeira essência vibrar como uma das notas perfeitas, que compõe a Melodía Universal.
Num dos livros sagrados para a humanidade, se fala de nove dons ou carismas, e um deles é o dom de falar com os espíritos; os espíritos aos que refere-se este livro, é a estes espelhos, estes reflexos de nós mesmos, que contam a Historia em partes, em pedaços que levamos sutilmente, e que somente reconheceremos como nossos quando desenvolvamos "o don de falar com os espíritos".
Agora que você sabe um pouco mais, procure encontrar e compreender as palavras do seu espírito, para que o abismo também contemple a sua obra, para que sua ponte se veja ao longe, e a historia dele, a sua historia, possa ser contada a outros que esperam por um espírito do tempo, que participa do carisma com que você foi agraciado.
Esse espírito é um El- Edá, significa a idade do tempo, o tempo no qual o tempo existe, e se faz eterno nas historias que os espíritos tem para contar-nos.
Essas historias falam de como foram as coisas, como se sucederam as criadoras, (mulheres) os dadores de Vida, (os homens) e a Criação; mas não falam de banalidades, pois os espíritos não conhecem o efêmero, somente sabem do eterno.
E somente conhecem o futuro pela sua relação com a eternidade; por isso não lhes pergunte sobre seus assuntos mundanos, porque desconhecem esses assuntos, somente podem mostrar-lhe sua própia eternidade desde o começo do El-Edá.
Não precisam saber mais que isso, pois que depois de conversar com eles, você compreenderá que não existem os tempos separados, e sim um presente sempre eterno, semelhante a um grão de areia, que o contem tudo, que contem todas as historias que formam juntas a Historia Primordial.
Technorati : Akasha, Criação, Céu, Espírito, Eu Superior, Terra
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