sábado, 30 de abril de 2011

REFORMA ÍNTIMA – UM CAMINHO PARA A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL



A intolerância – é a semente da compaixão. A intolerância é a incapacidade de admitir outra maneira de ser, de pensar ou de agir. A virtude da compaixão nada mais é do que a capacidade de aceitar e reconhecer o outro em sua maneira de ser, de pensar e de agir, conseguindo entender as dificuldades e deficiências alheias. A imperfeição da intolerância é bem difícil de ser superada, pois a pessoa acredita que está fazendo o correto e acaba atraindo para perto de si, pessoas que dificilmente teriam compaixões para com ela. A intolerância gera doenças no aparelho digestivo, nas mais diversas intensidades de manifestação sintomática, causando problemas de pele ou de visão, desde os mais comuns até os mais sérios ou de rigidez muscular.

É fundamental sermos tolerantes, principalmente com as crianças, e darmos importância aos nossos relacionamentos com as crianças, que ainda podem transformar mais facilmente suas imperfeições em virtudes, pois a criança vive mais pelo essencial, ou seja, por aquilo que ela é, aspecto que passa a ser dissimulado na vida adulta. A conscientização de uma imperfeição no adulto pode representar uma vivência muito dolorida de culpa, pois vivemos em uma guerra de poder e de aspectos preconceituosos que representam esse poder. Para o adulto, reconhecer-se imperfeito é um dos maiores sacrifícios da vida, pois tal reconhecimento significará uma fraqueza perante os outros, já com a criança, esse processo é muito mais fácil, rápido, e menos dolorido.

Uma virtude desenvolvida é um dom e, como todo dom verdadeiro, não existe maneira de perdê-lo. Uma virtude realmente desenvolvida é aquela na qual se tem certeza absoluta do que se é, não cabendo dúvidas. Podemos desenvolver aspectos de uma virtude, mas sem a certeza e convicção da verdade daquela virtude em si mesma, chegando a negá-la por sentimentos e pensamentos, atraindo então, aspectos físicos e espirituais da imperfeição ligada à virtude quase desenvolvida, portanto, importante é refletirmos e nos auto-analisarmos sempre, para não perdermos os frutos de nosso desenvolvido, até aprendermos nossa lição!

Acreditar na perfeição máxima é um dever de cada ser humano, mas acreditar-se totalmente perfeito é um grande problema. O perfeccionismo é uma imperfeição tão sutil e dissimulada, e seu maior perigo é que, antes de se manifestar externamente afetando outras pessoas, ele joga com a criatura contra si mesma, fazendo com que a pessoa cobre de si mesma, o impossível. Ele gera muito sofrimento, pois a pessoa deixa de compreender os limites e as capacidades do ser relativo. Precisamos nos reconhecer como seres imperfeitos, sabendo que as imperfeições são as sementes das virtudes e, portanto tão divina, uma quanto à outra. Busquemos então, perceber nossas imperfeições, visando desenvolver nossas virtudes, sem nos preocupar com que os outros estejam fazendo com as próprias imperfeições, pois o desenvolvimento espiritual, é um caminho a ser percorrido individualmente, cada qual a seu próprio tempo.
Luz e paz à todos, é o que desejo de coração!

Por Maria da Lua

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