segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

como está a sua água



Quando o elemento água está em equilíbrio, há conforto em nós mesmos e na nossa vida. Somos fluidos, movendo-nos com facilidade em torno e através dos eventos e relacionamentos da vida. Água equilibrada é aceitação das situações. É alegre e contente. Na experiência pessoal, a dimensão mais elevada da água é a alegria de ser, um contentamento por estar vivo que é inato e independe de circunstâncias externas. Quando estamos ligados à alegria do elemento água, ela se manifesta externamente. Tendemos a ficar felizes com as pessoas que encontramos, com os lugares aonde vamos. Gostamos da vida.

Essa alegria pode ser perdida no inevitável sofrimento que acompanha a experiência dualista. Então, muitas vezes procuramos lá fora por ela, acreditando que nos sentiremos confortáveis na vida quando tivermos um novo parceiro, um emprego, riquezas, diploma, reconhecimento ou seja qual for a prioridade do momento. Achamos que a alegria é encontrada no que temos e fazemos, e não no que somos.

Na pessoa dominada pelo elemento água, pode haver muitos sentimentos e emoções e, às vezes, conforto demais. Conforto demais significa deixar as responsabilidades de lado e flanar pela vida. Significa perder-se no conforto, diminuir a produtividade, ficar satisfeito em situações que deveriam ser mudadas. Há uma tendência a não trabalhar muito no que é difícil, mesmo que isso signifique abrir mão do que é valioso.

Na meditação, água demais pode diminuir a clareza. Não se trata do embotamento e do peso da terra, mas de um tipo de divagação que torna difícil concluir tarefas e aproveitar seus frutos.

Quando a água está em excesso, podemos ficar perdidos na emoção, jogados de lá para cá pelas ondas do sentimento, sensíveis demais a estados emocionais transitórios, chorosos ou vítimas da autocomiseração. Mais do que atolados no conforto do elemento água, ficamos atolados na maré das emoções.

A água, quando é muito pouca, nos traz desconforto, falta de alegria e nos deixa pouco à vontade na presença de outras pessoas. Mesmo quando estamos ancorados e firmes na terra, quando a água é pouca, essa solidez é do tipo seco, desprovida de prazer e satisfação. Quando a terra e a água estão deficientes, somos dominados pelo fogo ou pelo ar, ou por ambos, o que resulta em falta de firmeza e agitação excessiva. A falta de água na meditação significa desconforto interior na prática e perda da alegria no caminho espiritual. A prática pode se tornar árida e estéril.

- Extraído do livro: A Cura através da Forma, da Energia e da Luz, de Tenzin Wangyal Rinpoche

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