sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

a revolução interior


Uma mensagem de Aluna Joy Yaxk’in 
14 de Fevereiro de 2011



A vida tem sido uma enorme montanha-russa nestas últimas semanas. Estamos a sentir e a testemunhar uma revolução interior da dualidade. Os nossos mundos externos e internos estão a transformar-se diante dos nossos olhos. Posso sentir a luz a inundar o colectivo a um tal ritmo que mal consigo conter-me a mim própria. Hoje o mundo está a começar a re-nascer. Pode ser um pouco prematuro dizer isto…mas crianças… nós conseguimos! O primeiro dominó caiu, impulsionando não apenas um “efeito em cadeia”, mas uma avalanche para um mundo novo onde as massas vão ser unificadas e cada um será honrado.

Liberdade, verdade e integridade, amor e paz estão a cair nesta nova dimensão emergente, e todos vamos ser uma parte da história na sua construção. Este é um tão fantástico tempo para caminharmos nesta terra. Esperámos por isto durante muito tempo.

É claro que o meu entusiasmo e satisfação vêm das recentes boas notícias do Egipto a conseguir a sua liberdade em apenas 18 curtos dias. Estou absolutamente incrédula com o poder que um colectivo unido pode fazer. Estamos a elevar-nos para um campo de recreio superior, enquanto os eventos actuais nos mostram que podemos realizar em pouco tempo se, simplesmente, nos unirmos num objectivo comum. Devido a estes acontecimentos recentes, sinto-me ainda MAIS certa de que a nossa transição pacífica para um mundo novo maravilhoso está em curso. Tivemos o nosso maior exemplo de que isto é verdade.

Nós ganhámos a nossa renascença, o re-nascer, a regeneração e o re-despertar. Este novo dia foi possível porque muitos indivíduos corajosos o foram antes de nós na luta pelo amor, pela paz, pela verdade, pelos direitos humanos e pela igualdade. A minha pequena lista de heróis… Mahatma Gandhi, Martin Luther King, a Madre Teresa, Jesus, os Beatles… mesmo o Woodsotck e todo o poder das flores dos hippies 1!

Agora tenho de adicionar à lista crescente… um jovem empregado do Google que, equipado com meios de comunicação social, catalisou a versão do Egipto do Muro de Berlim. Todos nós sabemos que, nem mesmo um regime bem arreigado e estabelecido da escuridão, pode ter controlo sobre nós. A liberdade é possível para um e para todos. Os acontecimentos destes últimos 18 dias pareceram como o Gandhi com esteróides. Ele estaria tão orgulhoso. Foi espectacular.

Coragem não é a ausência de medo, mas antes a decisão de que alguma coisa é mais importante do que o medo. – Ambrose Redmoon

Enquanto esta revolução pacífica se passava no Egipto, tenho que admitir que uma revolução interior não tão pacífica se passava dentro de mim. Uma revolução começou a acordar algo dentro de mim. Estava a aproveitar um retiro há muito em atraso, contudo o meu corpo tinha enormes ataques de pânico. Sentia-me agitada, o meu peito doía, o meu coração estava acelerado, não conseguia dormir e estava perturbada. Senti que ia perder isto.

Paralelamente ao pânico horrível que estava a sentir, eu sentia também uma profunda calma… quase demasiada calma. Estava confusa, como é que o meu corpo podia estar a reagir de uma maneira e o meu espírito/alma de outra. No meio da noite … deitada sem dormir de novo, eu tive uma revelação. Lembrei-me de algo que já sabia, apenas me lembrei. Este pânico era a energia primitiva de sobrevivência do meu código genético, o ADN, e os programas deste corpo mortal. 

No lado completamente oposto disto estava o meu eu superior eterno que vive na intemporalidade e sabe que TUDO ESTÁ, e vai ESTAR, bem. Isto foi o mais claro que eu alguma vez senti o meu eu superior.

Sei que, se eu sinto isto agora, então muitos de vós também o sentem visto estarmos todos conectados, quer gostemos ou não. O que acontece a um acontece a todos em algum nível. Esta revolução interior tem sido fundamental para nos ajudar a entrar em contacto com os nossos pólos opostos. Agora que estamos a ficar mais esclarecidos acerca da luz dentro de nós, estamos também a ver o escuro ego a dissolver-se, pontapeando e gritando o caminho todo. 

Trata-se do fim do nosso escuro regime interno! Que bom que é isto! Agora temos a capacidade de fazer escolhas melhores… escolhas a partir do amor e da confiança em vez de a partir do medo e do ódio. Eu escolho viver a partir do meu eu superior. Hei, eu quero sentir-me bem, segura e feliz. Não o quereis? Viver a partir do eu superior é, certamente, mais confortável e livre e stress. O eu superior é como o tranquilo lugar pacífico no centro da tempestade, um retiro tranquilo para onde podemos ir a qualquer hora… ou ainda melhor, podemos ficar lá!

À medida que aprendemos a crescer através desta revolução interior, vamos precisar de nos apoiarmos uns aos outros. Será importante permitir a todos a sua forma pessoal única de lidar com a sua revolução interna. É fácil deixar que o medo fale através de nós nestes momentos, em vez do amor nos nossos corações. Assim, precisamos de nos perdoar a nós mesmos quando ficamos aquém do que esperamos nas nossas expectativas espirituais. 

Espero que nós todos possamos ser tão autênticos e reais quanto possível, em vez de tentarmos sempre ser perfeitamente espirituais. Afinal de contas, somos seres espirituais a ter uma experiência humana. Cada um de nós tem uma forma diferente de aprender, de compreender e de despertar, mas temos o mesmo destino. Assim, não meteis tudo num saco, se o medo vos dominar por algum tempo. Trata-se de um processo humano e parte do processo normal do despertar. É o cataclismo que nos ajuda a acordar. Eu não posso ajudar senão sentir a amplitude da importância desta revolução interna e externa e o que temos aprendido e vamos aprender com ela. Vai ser fundamentalmente importante, à medida que o mundo novo (e o Egipto) se transforma à nossa volta nos anos que se seguem.

P.S.: Nós partimos para o Egipto dentro de 3 semanas. Eu perdi a maior parte dos anos 60, o Woodstock e o Muro de Berlim. Não vou perder isto. O engraçado é que eu sabia que iria voltar a um novo Egipto … mas, na altura em que organizei a nossa peregrinação ao Egipto, não sabia o que isso queria dizer até às duas últimas semanas.

1 - Flower Power (Força das Flores) foi um slogan usado pelos hippies dos anos 60 até o começo dos anos 70 como um símbolo da ideologia da não-violência e de repúdio à Guerra do Vietnã.

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